As muitas celebrações observadas por todo o País durante a semana da Consciência Negra e eventos realizados pelas comunidades de terreiros - comemorado todos os anos - reacendem as discussões sobre a representação das conquistas sociais - intensificadas, principalmente, na última década - dos afro descendentes brasileiros. A importância da luta de movimentos que combatem o racismo, intolerância religiosa e a ampliação da participação de negros nos diferentes segmentos da sociedade, que historicamente espelhavam uma divisão de papéis e tarefas equivocadamente baseada na etnia, ganha espaço, mesmo que timidamente, no debate político. Entretanto, bandeiras como preservação da cultura de matrizes africanas - garantindo respeito a sua tradição - ainda não são contempladas como deveriam, conforme os principais envolvidos. Eles reconhecem a falta de representantes no meio político como um fator que contribui para a manutenção do quadro atual.
Apesar da existência de muitas associações e organizações populares que lutam pela causa, faltam mais vereadores, deputados e gestores negros. Tomando o Piauí como exemplo, o número de candidatos afro descendentes que obtiveram sucesso nas urnas, nas ultimas eleições, é baixíssimo. Apenas dois postulantes a deputado federal e outros quatro que pleitearam vagas na Assembléia Legislativa foram eleitos. Em ambos os casos, o percentual de negros não ultrapassa a casa dos 8%. “É preciso rever essa situação. Não há um número satisfatório de representantes negros nas casas legislativas. E isso não é um fator novo.
Historicamente, tem sido assim. “A população negra não tem votado em seus representantes e isso influi na falta de políticas públicas para ela mesma”, aponta o historiador Ruimar Batista. Avançamos nas ultimas eleições elegendo governador negro Wellington Dias.
Contudo isso, para integrantes de movimentos negros e membros de comunidades de Terreiros, não adianta apenas a representação através de etnia. Eles defendem a eleição de políticos ligados ou oriundos das organizações de matrizes africanas para a diminuição da desigualdade racial e a implementação de ações que assegurem o respeito à cultura e à tradição negra. “Não temos esses representantes. É bem verdade que existem alguns que são simpáticos à causa, que fazem leis e buscam contribuir para diminuir as desigualdades e combate a intolerância religiosa . Mas não há um representante "real", pontua o integrante da Rede Estadual de Religiões Afro-Brasileira e Saúde – Pai Rondinele de Oxum.
Essa ausência de uma representação política, principalmente em casas legislativas, é relacionada à falta de uma organização sistêmica das comunidades de matrizes africanas e dos movimentos organizados urbanos pelos seus próprios membros. “Nós estamos unidos, mas não estamos reunidos. É o que nos falta. Cada terreiro faz a sua discussão política, conhece suas necessidades, mas, apesar de ter uma integração, não há uma organização no sentido de lançar uma candidatura própria”, reconhece o babalorixá Rondinele de Oxum, ressaltando que, na última campanha eleitoral, dez candidatos a cargos públicos visitaram as acomodações do terreiro que comanda, na comunidade Terreira, em Teresina.
Todavia, o babalorixá frisa que alguns parlamentares de mandato - mesmo não pertencendo às comunidades de Terreiros - se mostram sensíveis às causas, defendendo em suas casas legislativas ações para a diminuição das desigualdades raciais e melhorias para os espaços ocupados pelos povos de matrizes africanas. “Temos alguns deputados que procuram ajudar, que criam leis que asseguram direitos para os terreiros e comunidades Negras.
Todavia, o babalorixá frisa que alguns parlamentares de mandato - mesmo não pertencendo às comunidades de Terreiros - se mostram sensíveis às causas, defendendo em suas casas legislativas ações para a diminuição das desigualdades raciais e melhorias para os espaços ocupados pelos povos de matrizes africanas. “Temos alguns deputados que procuram ajudar, que criam leis que asseguram direitos para os terreiros e comunidades Negras.
Alguns terreiros de Teresina fazem Plenária para apresentar candidatura das comunidade de Terreiros de Teresina.
A Plenária aconteceu em um espaço de evento na zona norte de Teresina/PI, localizado na av: União / Espaço Vitória Maria, que teve como pauta a apresentação da candidatura de Pai Rondinele de Oxum para vereador de Teresina/PI nas eleições de 2012. Logo no início houve o momento onde todos e todas se apresentaram e depois Pai Rondinele de Oxum começou a sua apresentação, falando um pouco do seu histórico político, cultural e familiar, e por fim a importância da sua candidatura a vereador da cidade para o povo de terreiro.
Assim que Rondinele terminou de falar o presidente municipal do Diretório do PT, Sales, fez suas considerações sobre a importância de Pleitearem a candidatura e por sua legitimidade. Logo em seguida o Prof. Narcizo Chagas, Coordenador Geral da Campanha faz uma reflexão sobre a importância desta participação nas eleições de 2012, onde o mesmo diz “ É importante que o candidato tenha força em suas falas, do que ele fez e fará para e com as pessoas, por que é preciso ter um representante na Câmera Municipal de Teresina para defender as diretrizes e projetos das comunidades de Terreiros e da sociedade em geral, somos sujeitos de direitos, nós queremos falar das nossas necessidades do povo de santo e da comunidade negra e pobre em geral, queremos uma a voz consonante aos anseios coletivos”, no mesmo momento surgiu algumas idéias de trabalhar uma campanha baseada em células, centrada nas pessoas e sua capacidade de multiplicação, uma afirmativa de nossa cidadania e participação política no exercício do poder democrático. O Pré candidato a Vereador Pai Rondinele de Oxum fechou a plenária dizendo do seu compromisso com as pessoas e suas comunidades. “ o meu compromisso e com a melhoria de vida das pessoas, com a qualidade de vida deste povo , por isso temos condições de fazer uma boa campanha, um bom mandato popular e com uma boa equipe”, já que sabemos que não somos rico e não termos apoiadores abastados, precisamos fazer o trabalho de formiguinha na capital.
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