domingo, 29 de janeiro de 2012

Fórum Social Mundial convoca protesto contra capitalismo para 5 de junho !!!!

Porto Alegre, 28 jan (EFE).- As organizações que participam do Fórum Social Mundial convocaram neste sábado para o dia 5 de junho um "grande dia de mobilização" global contra o capitalismo e "em defesa da justiça ambiental e social".
O protesto mundial, idealizado em meio às atividades do fórum em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, ocorrerá 15 dias antes da abertura da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20, que reunirá no Rio de Janeiro dezenas de chefes de Estado e de Governo.
A intenção dos movimentos do Fórum Social Mundial é alertar os governantes mundiais que a "sociedade civil" exige o fim do "processo de "destruição" do planeta.
O objetivo é que a mobilização global seja similar ao movimento contra a globalização de 15 de fevereiro de 2003, que levou 15 milhões de pessoas às ruas de centenas de cidades do mundo inteiro para protestar contra a Guerra do Iraque.
Neste sábado, o movimento contra a globalização confirmou que durante a Rio+20 fará no Rio de Janeiro o que batizou de "Cúpula dos Povos", um protesto pela falta de compromisso real contra a mudança climática causada pela ação depredadora do homem.
"O aquecimento global é resultado de um sistema capitalista de produção, distribuição e consumo" dominado pelas "multinacionais, instituições financeiras e organismos que não querem reduzir suas emissões" de gases poluentes, diz o comunicado divulgado neste sábado pela Assembleia dos Movimentos Sociais.
O comunicado denuncia que "agora pretendem impor a economia verde como solução da crise ambiental e alimentícia", mas afirma que isso "agravará o problema e vai resultar na mercantilização e privatização da vida".
A "tentativa de 'tornar verde' o capitalismo, acompanhado pelos novos instrumentos dessa economia verde, é um alerta para que os movimentos sociais reforcem a resistência e assumam obviamente o papel principal na construção de novas alternativas à crise", acrescenta.
"A partir de hoje mesmo começa a mobilização contra a economia verde", declarou na Assembleia dos Movimentos Sociais o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, que também faz parte da coordenação da Via Campesina, uma rede mundial de pequenos agricultores.
Os movimentos sociais do Fórum Social expressaram em nota sua "rejeição as falsas soluções para crise" e denunciaram que "os agrocombustíveis, a geoengenharia e os mercados de carbono" são "somente novas fantasias de um mesmo sistema".
Com relação à questão ambiental, as organizações sociais expressaram "solidariedade a luta dos povos do mundo contra a lógica depredadora e neocolonial das indústrias extrativistas e as mineradoras multinacionais".
No que diz respeito à situação financeira global, a nota indica que "todos os povos do mundo sofrem atualmente os efeitos do agravamento da profunda crise do capitalismo".
Eles denunciam que os "agentes do sistema", que identificam como "bancos, multinacionais, grandes grupos de mídia, instituições internacionais e Governos a seu serviço", buscam "aumentar os próprios lucros por meio de políticas intervencionistas e neocolonais".
Como descreve o documento, essas políticas conduzem a "guerras, ocupações militares, tratados neoliberais de livre-comércio e medidas de austeridade expressas em planos econômicos que privatizam bens, cortam salários, reduzem direitos, multiplicam o desemprego e exploram os recursos naturais".
Esta edição reduzida do Fórum Social, realizada em Porto Alegre desde terça-feira, chega ao fim neste domingo, com atividades paralelas que voltarão a concentrar-se na "resistência a Rio+20", que neste ano marcará as ações e protestos dos movimentos.
 

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