O ano de 2011 foi definido pelo alto comissariado das Nações Unidas como o ano internacional dedicado as populações afrodescendentes e o Brasil tem um papel de destaque neste processo que visa repensar as relações que o Estado e a sociedade como um todo tem se colocado na perspectiva de apontar para uma dinâmica de reconciliação que passa pelo empenho na luta contra o racismo e na garantia da cidadania plena para a população negra de nosso país.
É tarefa de todos e todas garantir na esfera publica o necessário debate sobre o fim da invisibilidade e marginalização em que se encontram os negros e negras de nosso país quando nos é negado o direito a nossa história e a oportunidades de desenvolvimento humano que o processo perverso da escravidão nos negou e ainda nos dias atuais nos é negado.
O processos de discussões com perspectiva a construirmos uma nova realidade que todos e todas buscamos, faz do ano de 2011 um ano importante para os afrodescendentes em especial para a juventude negra brasileira que vislumbra uma serie de oportunidades e desafios que serão pautados a partir da nossa grande capacidade de mobilização e coesão política.
2011 será palco da realização de espaços estratégicos para a organização da juventude negra brasileira onde serão discutidas reivindicações em prol do desafio de eliminarmos o racismo e qualquer forma de discriminação e intolerância que atinge a população negra.
Realizaremos este ano o III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE), fórum este que vem se referenciando pela sua regularidade e grande capacidade de formulação em defesa das políticas de ações afirmativas para acesso da população afrodescendente no ensino superior, esta que é umas das mais antigas pautas do movimento negro brasileiro e que compreende o processo de elitização da formação universitária que historicamente tem negado a população negra a sua inclusão.
Realizaremos este ano o III Encontro de Negros, Negras e Cotistas da UNE (ENUNE), fórum este que vem se referenciando pela sua regularidade e grande capacidade de formulação em defesa das políticas de ações afirmativas para acesso da população afrodescendente no ensino superior, esta que é umas das mais antigas pautas do movimento negro brasileiro e que compreende o processo de elitização da formação universitária que historicamente tem negado a população negra a sua inclusão.
Cabe ao movimento social a partir de sua intervenção direta propor ao poder publico que institucionalize políticas e programas que visam combater os efeitos perversos da discriminação sofrida pela juventude negra no ambiente escolar e ofereça condições iguais na oportunidade de ingresso e permanência no ensino superior.
Organizações juvenis que constroem a luta antirracista e pela busca da promoção da igualdade racial de todo o país, neste momento estão construindo este que será o II Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE) fruto da experiência exitosa do primeiro encontro que em 2008 reuniu jovens negros e negras a fim de denunciar a violência com a qual a nossa juventude é submetida cotidianamente nas periferias das cidades e no campo pelas mãos do aparelho de segurança do estado. Coube a este importante fórum também oferecer a denuncia do processo sistemático de exclusão que nossa juventude vem sofrendo por parte do poder publico que insisti em não nos compreender como sujeitos de direitos mesmo diante de aviltantes indicadores que nos colocam a níveis profundamente desiguais em relação à juventude branca, seja quanto as taxas de analfabetismo, no acirramento das desigualdades no mundo do trabalho, no crescente aumento da população carcerária entre outros.
O ENJUNE permitiu a juventude negra brasileira se sua auto-organizar e proporcionou a criação do Fórum Nacional de Juventude Negra (FONAJUNE) espaço de articulação com perspectiva de ação e intervenção social.
Para além de reivindicarmos as garantias de nossos direitos, também queremos ser parte integrante desse processo e a conferencia nacional de juventude convocada para este ano tem um papel central nesta construção de um novo patamar na relação entre o poder publico e a juventude negra.
As dinâmicas de conferencias permitem ao conjunto da população o desenvolvimento da consciência critica e participação no processo decisório, perspectiva esta que remete à cristalização dos direitos civis, políticos e sociais, caracterizando uma situação de inclusão e de pertencimento dos cidadãos à comunidade política.
É importante salientar que durante a Iª conferencia nacional de juventude foi incorporada como resolução central os encaminhamentos tirados no encontro nacional de juventude negra.
O ano de 2011 proporcionará importantes fórum que nos permitirão pavimentar o caminho para a elaboração de políticas publicas que dialoguem com a realidade vivida hoje pela juventude negra e que seja fomento para erradicarmos indicadores que historicamente nos colocam em desvantagens materiais e políticas em relação ao conjunto da sociedade brasileira.
Caberá a juventude negra a partir de suas intervenções nestes diferentes espaços equacionar a dupla perspectiva que nos colocam como demandantes de políticas publicas que visam a superação das desigualdades e a promoção da cidadania plena e agentes estratégicos no processo de desenvolvimento de uma sociedade plural e profundamente democrática.
Clédisson Júnior é diretor de Combate ao Racismo da UNE e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR/PR
Fonte: http://www.irdeb.ba.gov.br/evolucaohiphop/?p=2941
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